O empresário João Melo, dos Mercadinhos São Luiz, faleceu na tarde desta terça-feira, 7. Após sofrer uma parada cardíaca, João Melo, 75, foi submetido a uma cirurgia para colocação de um marca-passo. Mas ao sofrer uma segunda parada não resistiu e por volta das 14h faleceu.
O velório será realizado ainda nesta terça às 19h na funerária Ethernus. O corpo de João Melo será sepultado na quarta-feira, 7, no cemitério Parque da Paz.
Veja entrevista concedida pelo empresário às Páginas Azuis do
O POVO, em agosto deste ano:
O João "das bodegas"A relação de João Batista Melo com o comércio começou ainda na infância, trabalhando no armazém do pai. Hoje, aos 75 anos, o empresário divide com os sobrinhos a administração do Mercadinhos São Luiz, conhecido pelo slogan "me acostumei com você"
Hoje pratiquei o bem: Não tive um dia vazio, Trabalhei, não fui vadio, E não fiz mal a ninguém"(Ave Maria, de Olavo Bilac)
Ele ia nascer Luiz, igualzinho ao pai. Mas graças ao santo do dia, nasceu João Batista. O Melo é de pai e mãe. Coisas que só o destino explica. João Batista Melo tem 75 anos e é pioneiro na administração do Mercadinhos São Luiz, atualmente com 11 lojas no Ceará. Um homem de sorriso fácil, gentileza farta e de boas referências. Tem sempre alguém pronto para falar alguma coisa boa a seu respeito.
Enquanto criança, se divertia brincando de comércio com o amigo Cid Carvalho, jornalista. Queria vender bombinhas durante as festas juninas, assim como faziam seus amigos. Mas os pais não deixavam e lá ia João vender bombons em um tablado improvisado com caixas. Nesse meio tempo ajudava o pai no armazém, fazia de um tudo, enquanto as quatro irmãs eram criadas para o casamento, como as moças daquela época.
João adolescente saiu pelo mundo, de navio, rumo aos Estados Unidos. Queria trabalhar, mas aproveitou a receptividade de uma universidade de jesuítas para estudar Economia. "Mas não sei fazer economia, sou gastão demais", brinca João. Passou por lá três bons anos. Fez amigos oriundos de vários cantos da América Latina. Aprendeu espanhol para facilitar a comunicação com os demais. Nesse período, não veio ao Brasil nem de férias. Diz ter sentido saudades de coisas simples, como as iguarias que comia aqui e não lá.
Na volta, o pai de João ainda tinha um armazém de atacado no Centro. Foi dali que, com o tempo, João viu a oportunidade de fazer dinheiro montando o próprio negócio. Apostou no varejo e essa história segue até hoje, agora na companhia dos sobrinhos, trazidos por ele ainda crianças do Rio de Janeiro depois da morte precoce do cunhado. "Hoje até eu estou aprendendo com eles", orgulha-se. A primeira loja ficava na Santos Dumont, pequena como João ainda gosta. Entre amigos, costuma chamar os negócios de "bodeguinhas", com a humildade que lhe é peculiar.
João casou, teve cinco filhas. Mulheres de uma geração diferente da vivida por suas irmãs. Todas se formaram em áreas distintas e administram suas vidas e famílias diante das preces do pai. João Melo está no segundo casamento e se divide entre o trabalho diário na empresa e os cuidados com a saúde. Nos momentos de folga, gosta de viajar para Guaramiranga ou esticar até o Piauí, onde tem muitos amigos. "O Piauí é quente, mas o pessoal é bacana", argumenta. Aposentadoria? João até se assume aposentado, mas não quer parar de trabalhar. Segue levando a vida, "gaiato", como adjetiva os amigos.
O POVO - O senhor é referência de bom humor para as pessoas que ouvimos na hora de produzir essa entrevista. Qual o segredo para manter o bom humor?
João Melo - O segredo é a falta de pecado. É o que talvez deixe a gente com bom humor. Não ter maldade com ninguém, isso é o mais importante. Comecei minha vida com uma poesia que não sei nem quem é o autor, que ouvia ainda no primário, que diz o seguinte: 'hoje pratiquei o bem, não tive um dia vazio. Trabalhei, não fui vadio, e não fiz mal a ninguém'.
OP - Isso é uma lembrança do primário no Colégio Cearense?
Melo - Sim. Estudei no Cearense. Nunca esqueci essa poesia e tenho isso como um lema aqui na empresa.
OP - O senhor era um bom aluno?
Melo - Eu era considerado um bom aluno, mas não era essas coisas todas também não. Eu era dentro da média. Estudei no Cearense e depois fui para o Lourenço Filho.
OP - Depois do Lourenço Filho o senhor morou fora. Como foi o tempo que o senhor passou morando nos Estados Unidos?
Melo - Fui para os Estados Unidos trabalhar e acabei estudando.
OP - O senhor ia trabalhar em quê?
Melo - Em qualquer coisa relacionada a exportação.
OP - E o senhor falava bem o inglês?
Melo - Eu achava que falava. Mas vi que não sabia nada. Com uns três meses é que a gente aprende mesmo. Quando você começa a sonhar em uma determinada língua, pode ter certeza de que está aprendendo.
OP - O senhor foi trabalhar, mas o que aconteceu de especial para que o senhor mudasse de plano?
Melo - Eu queria estudar também em uma escola de jesuítas e acabei ficando mais tempo lá. Passei três anos.
OP - Chegando nos Estados Unidos, o senhor foi acompanhado pelo padre Parker. Como era sua relação com ele que falava inglês e o senhor nem tanto?
Melo - Era o Mr. Parker. Ele falava espanhol muito bem. E eu acabei aprendendo espanhol com a turma da América do Sul que estava lá nesse período. Lá tinha um carro grande que a gente enchia de latinoamericanos e chamávamos de 'ônibus latinoamericano'. E com essa turma aprendi muita coisa.
OP - O senhor pegou uma época de intenso racismo por lá. O senhor percebia isso?
Melo - Participei de muitos manifestos contra o racismo. A universidade com o tempo passou a aceitar negros. Mas quando cheguei lá, nem nos ônibus os negros podiam andar. Só da metade do ônibus pra trás. Na frente só os brancos. Mas eu sempre me misturava. Eu contava as histórias do Brasil e a liberdade que os negros tinham aqui. Tudo bem que no Brasil até hoje tem racismo, mas eu queria mostrar só o lado bom.
OP - E seus estudos nos Estados Unidos foram na área administrativa?
Melo - Era na área de economia. Mas não sei fazer economia, sou gastão demais (risos). Meu pai era desse ramo de atacado desde que chegou aqui em Fortaleza. Eu sou daqui, mas meu pai era do Rio Grande do Norte. Perto de Mossoró, naquela época era tudo Ceará, né?. Ele veio trabalhar nesse ramo de armazém de cereais.
OP - E o senhor chegou a trabalhar com ele?
Melo - Muito, muito, muito tempo. Varria até calçada. Fazia tudo! Limpava, fazia cobrança, entregas. Isso eu menino, com 11 anos de idade.
OP - E naquela época o senhor chegava a imaginar que ia viver de comércio no futuro?
Melo - Um dia fui à praia e no Mucuripe vi gente demais. Me espantei porque vendia só 100, 200 sacas de arroz por mês e tinha muita gente para comer aqui. Daí resolvi distribuir isso. Saí do atacado e fui pro varejo.
OP - O senhor aplicou no varejo os conhecimentos que aprendeu durante o tempo em que morou nos Estados Unidos?
Melo - O que a gente passa na vida, tudo é aprendizado. Todo dia eu aprendo com mais de cinco funcionários nossos. Tem um funcionário de uma loja que conhece todo mundo e às vezes me sento no fio de pedra com ele e começo a conversar. Ele tem muitas dicas pra dar. Hoje nós estamos melhores porque estamos nos profissionalizando melhor. Tanto quem entra como quem sai daqui está mais profissional. Já entram no varejo com um certo conhecimento.
OP - O senhor tem o cuidado de conhecer quem está contratando?
Melo - Nós temos o setor de recursos humanos. Acho até que foi um dos primeiros setores com psicólogo que tivemos aqui em Fortaleza. Empresa de grande porte não, mas de pequeno porte, só nós na época. Colocamos esse desafio nas mãos do nosso psicólogo dizendo que o que queremos é a felicidade do nosso pessoal, que todo mundo trabalhe feliz. Porque a infelicidade leva você para fora do caminho. Você pode sentir numa nossa loja uma pessoa que atende bem, atendimento diferenciado, que até espanta às vezes. As pessoas parecem não estar acostumadas. Pra começar isso, colocava em cima do refrigerador uma chapinha dizendo 'bom dia', que era pras pessoas de fora, que muitas vezes não dão nem um bom dia nem nada...vissem. Coisas dessa natureza.
OP - O senhor tem quantas lojas e funcionários?
Melo - Temos mil e poucos funcionários em onze lojas.
OP - A primeira loja foi na avenida Santos Dumont...
Melo - Sim. Onde hoje é um posto de gasolina. Aquela loja era pequenininha. Queríamos criar clientes para nós mesmos. Depois, o cliente que vinha de mais longe, a gente anotava o bairro, perguntava de onde vinha.
OP - Uma espécie de mapeamento?
Melo - Perfeitamente. Depois abrimos uma loja nas Seis Bocas, em 1972. Ninguém tinha fé nessa loja pela distância. Depois compramos uma no bairro São Gerardo, no Montese, na Treze de Maio...compramos outras lojinhas...
OP - O senhor é João, nascido no dia de São João. Por que as lojas se chamam São Luiz?
Melo - Em 1926, o armazém do meu pai se chamava Casa São Luiz. E o nome do meu pai era Luiz também. Eu ia me chamar Luiz, só que nasci no dia de São João e colocaram meu nome de João Batista. Mas o sobrenome é só Melo. Meu pai era Melo e minha mãe era Melo e deu essa 'meladeira' só. Minha mãe era de Crateús e meu pai do Rio Grande do Norte.
OP - O senhor foi criado filho único, com quatro irmãs mulheres. O senhor era protetor, ciumento com as irmãs?
Melo - Eu não 'embichei' não, viu? (risos). São três mais velhas e uma mais nova do que eu, que agora está levando meus sobrinhos para o Piauí, vão morar lá. Mas eu diria que eu era mais menino besta do que ciumento.
OP - Naquela época as meninas não podiam trabalhar...
Melo - Não trabalhavam, mas davam trabalho, no sentido de que a educação naquela época era voltada para o lar. Até ser professora era muita coisa. Depois é que começaram a aparecer as mulheres mais profissionais.
OP - E continuando o assunto do senhor entre as mulheres... O senhor só teve filhas mulheres. Foi difícil criar mulheres?
Melo - Lá em casa tinha um cachorrinho do sexo masculino e fugiu. Não agüentou (risos). Não sei como é criar um filho homem, mas graças a Deus, elas se formaram todas e já casaram e tiveram filhos. Só a mais nova não casou. Tenho nove netos. Aliás, os cinco primeiros netos nasceram homens.
OP - Elas chegaram a trabalhar com o senhor ou nenhuma se interessou pelos negócios?
Melo - Trabalharam por um período. Mas se formaram em engenharia, direito, pedagogia...cada uma seguiu seu rumo.
OP - Hoje o senhor é sócio do seu sobrinho. Como foi a aproximação dele com a empresa?
Melo - Foi casual. Ele morava no Rio de Janeiro. O pai dele faleceu e mandei trazê-los para cá. Ele e os irmãos. Dois deles trabalham comigo e são meus sócios. Eu disse, 'bem, quem quiser trabalhar, trabalha, quem quiser estudar, estuda'. Então tivemos três trabalhando com a gente. Um ficou na polícia e morreu lá, muito novo. Fui notando em cada um o interesse. Hoje eles me ajudam muito. Me ajudaram a profissionalizar mais a empresa, um em cada área. Mas por mérito deles.
OP - E eles começaram na empresa em que função?
Melo - Eles começaram em cargos baixos. Pra mandar fazer qualquer coisa, é preciso saber o que está mandando fazer. Você tem que ter conhecimento para passar e hoje até eu estou aprendendo com eles.
OP - O senhor costuma visitar as suas lojas?
Melo - Fazemos isso todos os dias. Só que a gente ensina para cobrar depois. Temos que incentivar o trabalho das pessoas.
OP - O pessoal que lhe conhece fica preocupado quando o senhor chega para visitar uma loja?
Melo - Não, não tem isso, não. Somos íntimos. Mostramos pra eles que somos uma família. Temos funcionários com mais de 40 anos com a gente. Muitos têm mais de 10 anos aqui.
OP - Na década de 90, a rede São Luiz apresentou uma grande expansão e depois recuou...
Melo - Vendemos muitas lojas para o Pão de Açúcar. Eu passei um tempo doente, quase dois anos muito ruim. Operei o coração e tudo mais. E tivemos a necessidade de ajeitar o negócio. Não queria era ficar devendo aos outros, como de fato não ficamos. Queríamos continuar com o nosso negócio, batalhando por ele. Hoje vendemos mais do que vendíamos naquela época com 23 lojas.
OP - O senhor possui lojas também no interior do Ceará, em Crato e Juazeiro do Norte. Como é o mercado lá?
Melo - É bom nos dois lugares. Estamos muito bem colocados lá. Temos que ter cuidado só com o concorrente. Aqui a briga é no preço, lá o cuidado com o concorrente é porque a mercearia, o comércio, é o meio de vida dele. E muitas vezes ele não pode fazer mais do que o que faz.
OP - O lucro do ramo de supermercados é bom?
Melo - Razoável. Mas você tem que lutar, tem que economizar. Por exemplo, em horti (frutas e verduras), a gente perde dinheiro. A gente vende uma parte e perde em torno de 20% para ter sempre mercadoria nova, boa.
OP - E qual o segredo de uma boa administração de supermercado?
Melo - Muitos segredos. Todo mundo imagina que supermercado fatura muito porque vende muito. Mas não é bem assim. É preciso ter todo o foco no cliente e na casa como um todo. Você precisa descobrir o que o cliente precisa e atender dentro do que ele quer, de forma honesta. Nesse caso, você nunca vai perder esse cliente. Muitos dizem, respondendo a questionários nossos, que o mais importante é o preço. Mas muitas vezes nem sabem o preço dos outros. É qualidade do serviço, cuidados com os clientes, lojas limpas, mercadorias boas. É o cuidado total com o cliente. Cuidado até com a iluminação. Uma senhora de idade precisa enxergar bem os produtos e os preços. Você tem que ter cuidado com a disposição das mercadorias. Tudo é pensando. Até por onde o cliente circula.
OP - Contam uma história de que uma vez uma cliente rasgou o vestido em uma de suas lojas e no outro dia recebeu um vestido novo e flores...
Melo - Tem muita situação assim. Uma vez uma senhora precisava de leite pras crianças e na época faltava leite. O leite da terra era pouco também. Então, na hora que chegava o leite a gente mandava logo deixar na casa dela. Outro dia uma cliente grávida passou mal numa loja. Fomos deixá-la em casa. Esperamos o marido dela chegar. Temos outra que chegou com uma filhinha doente pedindo pra usar nosso telefone e ligar pro hospital. Mandamos uma pessoa dirigir até o hospital. Hoje essa senhora ainda compra com a gente. Ela se separou, mas até o marido ainda compra com a gente.
OP - O senhor costuma visitar outros supermercados?
Melo - Às vezes sim. Mas não compramos dos outros (risos). Sabemos até como os supermercados funcionam em outros países como nos Estados Unidos, na Rússia, em Cuba...Supermercados modernos ajudam a gente, despertam, nos atualizam em tudo. Leio também muitas revistas de fora. Mas você tem que notar as diferenças desses lugares pra cá. Nos Estados Unidos eles vendem muita comida pré-pronta. Aqui vendemos mais cereais. É importante, por exemplo, evitar que o cliente espere em uma fila grande. Nessas ocasiões, mandamos distribuir água e refrigerante pros que estão na fila. E pedimos desculpas pela demora.
OP - O senhor se descobriu um grande administrador. Mas quando era menino, não fazia sucesso na venda de bombinhas nas festas juninas...
Melo - Minha mãe não deixava eu vender bombinhas. Pra eu não vender isso, me dava bombons pra eu vender outro tipo de coisa. Eu tinha uma banquinha feita de caixa de Maizena.
OP - E vendia bem?
Melo - Vendia tudo que tinha. Eu tinha um sócio, era o Cid Carvalho (jornalista). Era uma maneira de brincar, nem sei se era um tom empreendedor.
OP - E na hora do lazer, o que o senhor costuma fazer?
Melo - Passo o dia em Guaramiranga, vou pro Piauí. Tenho muitos amigos no Piauí. O Piauí é quente, mas o pessoal é bacana. Lá como até pequi, que não gosto.
OP - O senhor pensa em se aposentar?
Melo - Já estou aposentado (risos). Mas trabalho todos os dias.
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BASTIDORES- Durante a entrevista, João Melo atendeu a ligação de uma gerente de uma de suas lojas. Alegre, perguntou quanto a loja havia faturado no dia anterior. "Precisa melhorar muito", disse rindo. Depois comentou o quanto aquela gerente é importante para o sustendo de sua família, que há pouco tempo havia passado por problemas sérios
- No escritório de João Melo, na parte administrativa da rede, vários prêmios e homenagens em prateleiras na sala. "Nem cabe mais", disse em tom de brincadeira
- Na mesa, as adições do dia dos três jornais locais. Ao lado, revistas sobre supermercados, com tendências mundiais, utilizadas como conhecimento para fortalecer os negócios
- Quando João estava nos Estados Unidos, a família sempre mandava a revista Cruzeiro para que ele ficasse atualizado do que estava acontecendo no Brasil
- Após a entrevista, João Melo mostrou porta-retratos com fotos dos netos e uma especial, com a turma sulamericana no tempo em que morou nos Estados Unidos
- Hoje, João Melo divide a administração dos negócios com os sobrinhos-sócios, entre eles Severino Ramalho Neto
- Na empresa, pela manhã é tradição servir caldinho quente, bem temperado, para os que estão esperando ser atendidos e funcionários. Uma delícia
- O repórter-fotográfico Rodrigo Carvalho, após a entrevista, ficou trocando figurinhas com João Melo sobre o Piauí. Ambos concordam que é um estado bom e reforçaram que a repórter precisa conhecer
- Na sala de João Melo, um quadro com a pintura do retrato do pai dele, o seu Luiz, que trabalhava com atacado, sendo, no caso, o pioneiro da história do Mercadinho São Luiz
- A produção da entrevista foi feita com a irmã mais velha de João, dona Madalena, e o amigo Edilmo Cunha. Ambos se derreteram em elogios ao entrevistado
- A entrevista foi marcada através da secretária Vanda, sempre muito atenciosa com os contatos feitos anteriormente pela repórter, e extremamente cuidadosa com o chefe João
Fonte:
http://www.opovo.com.br/fortaleza/825139.html